Diálogo “Vivências queer afro-indígenas no RS” será transmitido nacionalmente pelo projeto Identidades Brasilis

Foto: Jader Pxoto

Com transmissão ao vivo para todo o País, através do YouTube do Sesc/RS, o diálogo “Vivências queer afro-indígenas no RS” é mais uma das atividades locais do projeto Identidades Brasilis, que acontece por meio do Sesc Canoas, de 25 a 27 de agosto. No dia 26, às 19h30, a artista indígena Kanauã Nharu, a roteirista-diretora negra Gautier Lee e Oderiê, artista não-binária que atua na área musical, se reunirão para discutir como as questões de identidades conversam com suas produções e com os contextos sociopolíticos aos quais as pessoas queer, ou seja, aquelas que não se encaixam na heteronormatividade, estão inseridas. 

A temática geral do Identidades Brasilis 2022 é “Futurismo Afro-Indígena: (re) existências culturais no Sul do Brasil” e Kanauã quer, justamente, contribuir para a desconstrução da visão deturpada, em suas próprias palavras, que as pessoas têm dos povos originários no Rio Grande do Sul. “Aqui no Estado o apagamento é tão grande que as pessoas desconhecem a existência e as resistências dos povos indígenas e negros. Quando falamos em temáticas queer, a situação piora, pois a LGBTfobia possui casos alarmantes no RS. Estar à frente dessas questões como artista é um enorme prazer e uma responsabilidade gigantesca, pois nos tornamos referência e temos que cumprir nosso papel, de nos tornar pessoas vistas e ouvidas”, pontua ela. 

Para fechar o evento, no dia 27, acontecerá o sarau “50 anos da Consciência Negra – as narrativas que queremos para o Brasil”. Presencial, a atividade acontecerá às 19h30, no Teatro do Sesc Canoas (Av. Guilherme Schell, 5340), com entrada gratuita. Além das intervenções dos palestrantes Lilian Lima, Preta Mina, Rafa Rafuagi e Ronald Augusto, o público será convidado a subir no palco para recitar poesia, cantar e mostrar outras formas de arte que tragam a memória a causa do povo negro. 

“Esse sarau representa a atenção a vários anseios de grupos sociais e suas lutas históricas por respeito e igualdade de condições. No caso das populações negras, o momento trará vozes de poetas que abordam o racismo sistêmico de forma, ao mesmo tempo, poética e crítica. Mais do que narrativas, penso que esse encontro movido pela literatura ressaltará a reivindicação das mudanças que de fato queremos para o Brasil. Enquanto houver racismo, não haverá democracia”, defende o poeta, ensaísta e professor de Filosofia, Ronald Augusto. 

Durante o sarau, os participantes do workshop “Vivências Afro-futurísticas”, ministrado pelo Coletivo Poetas Vivos nos dois primeiros dias do Identidades Brasilis, apresentarão os materiais artísticos produzidos com base nos temas debatidos no evento. Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas com o Sesc Canoas pelo telefone (51) 3456-2013 ou pelo WhatsApp (51) 99198-7062. Confira abaixo a programação completa.

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