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3º Santa Maria Sesc Circo :: A mágica da transformação de realidades

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Lourenço Dalla Corte foi uma das que recebeu, nesta semana, oficina com o pernambucano Rapha Santacruz
Foto: Ronald Mendes

Olhos eufóricos e atentos esperam o primeiro truque. Se o movimento simples de esconder uma caneta, atrapalhando o raciocínio do espectador, já causa curiosidade em olhos adultos e experientes, que dirá de crianças que assistem pela primeira vez a um número de mágica. Rapha Santacruz, que teve seu primeiro contato com a arte de manipulação aos 7 anos, hoje, por meio do 3º Santa Maria Sesc Circo, transmite seus conhecimentos a outras crianças e tenta transformar a realidade delas, como um dia aconteceu consigo.

A turma de 5º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lourenço Dalla Corte recebeu o artista nesta semana. O grupo é formada por alunos entre 9 e 12 anos, a maioria em vulnerabilidade social, cenário comum entre os estudantes da instituição. Em um contexto em que o básico falta, a cultura é artigo de luxo ou um mito. “Cultura é uma coisa que eles não têm. A maioria nunca foi no circo, cinema ou teatro”, lamenta a professora da classe Elisangela Antunes. “Então, trazer estas atividades até à escola faz muita diferença para eles, pois para muitos é o primeiro contato que estão tendo com a arte”, explica.

A educadora também sinaliza que além de entreter, a oficina tem um poder muito grande sobre os pequenos: dar esperança para sonhar com novos horizontes. “Quando eles aprendem a fazer o número ensinado, eles veem que são capazes, enxergam novas oportunidades, percebem que isso também pode ser uma profissão e podem ganhar dinheiro. Isso abre novas possibilidades, tem o poder de transformar o futuro deles”, desenvolve.

Transformar realidades é justamente o intuito de Santacruz, que percorre o mundo apresentando seus espetáculos de ilusionismo e realizando oficinas. “Quando as pessoas têm contato com a mágica, de forma lúdica, conceitual, que a transporta daquela realidade, já mudou alguma coisa na vida dela. Em algumas pessoas mais outras menos. Mas se eu conseguir transformar a vida de uma só, eu já estou muito feliz”, explica o mágico. “Para mim, a arte não deve ser apenas entretenimento. Tem de comunicar, transmitir algo. Com a minha arte, eu busco transformar a realidade das pessoas”, completa ele.