Desde 2019, são escolhidas personalidades para serem Guardiões da Aldeia Sesc Caxias do Sul. São designados pela contribuição à cultura e por sua impressão digital com a comunidade. Uma vez Guardião, sempre Guardião!
Guardiões
2016

Crédito: Rafael Lopes
PADRINHO DA ALDEIA: LUIZ CARLOS DA SILVA – MICAIO
É músico violonista e já atuou em diversas escolas de samba locais. Iniciou seus primeiros acordes aos sete anos de idade sem professor. Em 2005 recebeu da secretaria municipal de cultura, por meio do departamento de arte e cultura popular, o convite para integrar o elenco do espetáculo ‘mixtu’. Representou o município no edital “culturas populares” – mestra dona isabel – edição 2009, do Ministério da Cultura, premiação que visava destacar os mestres da cultura popular no brasil. Em 2009 recebeu a comenda medalha Zumbi dos Palmares da Câmara de Vereadores.
2019

Crédito: Tatieli Sperry
CECILIA POZZA
Quando presidente do Sirecon Nordeste/RS defendeu a ideia de realizar em Caxias a Aldeia Sesc, junto à direção regional e presidência do Conselho. Foi a primeira mulher eleita vice-presidente da Fecomércio/RS/SESC/SENAC, em um universo que até então era exclusivamente masculino, abrindo dessa forma, portas para muitas outras mulheres que chegariam depois dela.
ISOLDI CHIES
Uma mulher de força. É assim que podemos definir dona Isoldi Elisabetha Chies. Há 80 anos, nascia aquela que hoje é considerada a “mãe dos renais crônicos do Brasil”. Fundadora da RIM VIVER (Associação dos Renais Crônicos de Caxias do Sul), Isoldi dedica sua vida na luta por pessoas acometidas por problemas renais. Uma luta incansável, que rendeu frutos nos quatro cantos do país.
CLEODES MARIA PIAZZA JULIO RIBEIRO
Historiadora, antropóloga, professora, escritora e pesquisadora brasileira. É uma grande estudiosa da imigração italiana no Brasil e da Festa da Uva, temas em que trabalha há mais de 40 anos. Também atuou em diversos projetos de preservação do patrimônio cultural da região.
ANALICE CARRER
Foi a primeira mulher a presidir a entidades empresariais de Caxias do sul. Em abril de 2018, assumiu a presidência do Lar da Velhice São Francisco.
IRMÃ MARIA DO CARMO
A Irmã Maria do Carmo, coordenadora do Centro de atendimento ao migrante (CAM) recebeu o troféu pelo comando de um trabalho em equipe por meio da congregação das irmãs missionárias de São Carlos Borromeu. São mulheres operando em redes de cuidado e valorização do humano.
LORAINE SLOMP GIRON in memorian
Professora, historiadora, pesquisadora e escritora. A partir de seu interesse pelos assuntos da imigração e da formação da sociedade, nos anos 1950 ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul buscando a graduação em História. Iniciando então pesquisas mais aprofundadas sobre a história de Caxias do Sul, percebeu a grande escassez de bibliografia.
Em 1989 concluiu seu doutorado na PUC de São Paulo com uma tese sobre imigração e sociedade, que resultou no livro As Sombras do Littorio: o fascismo no Rio Grande do Sul. Após, passou a se dedicar aos temas da mulher, da presença negra e da evolução econômica na colônia.
ZICA STOCKMANS
Atriz, diretora e professora. Formada em Licenciatura Plena em Educação Artística- Universidade de Caxias do Sul (1988) e possui Pós-Graduação – Especialização em Corpo e Cultura: ensino e criação (2009), pela mesma instituição. Zica é fundadora e diretora da Companhia Teatral Tem Gente Teatrando (desde 1989). Dentre os diversos espetáculos em que atuou, destacam-se: “Memórias de uma Solteirona” (2011), “O Torto e Seu Duplo” (2010) e “Navalha na Carne” (2006). Já como diretora, “Escravos de Jó” (2012), “Aprendiz de Feiticeiro” (2007), “O Defunto e os Quase Mortos” (2006) e “Lendas de Enganar a Morte” (2018) estão entre os principais.
2021

Crédito: Maurício Concatto
CLEO ARAUJO
Cedo ela conheceu o preconceito e a rejeição social, mas não fez disso uma couraça de ressentimento. Pelo contrário, fez das pedras recebidas um sólido abrigo para tantos mais que carecem de dignidade e respeito. Com ela, aprendemos a construir igualdade.
LEOBERTO BRANCHER
Leoberto Brancher é daqueles visionários imprescindíveis. Sua reconhecida atuação pela justiça jamais foi burocrática. Guiado por seu espírito generoso, ele faz da paz e da conciliação alicerces para um mundo em que a justiça pulse desde os nossos corações. E estamos com ele.
MARISTELA TOMASI CHIAPPIN
Que futuro pode haver sem a educação como prioridade? Essa questão move Maristela Tomasi Chiappin desde menina, quando quis ser professora. Se hoje ela é referência em inovação na educação, é porque sempre espelha a alma em tudo o que faz. E tudo brilha.
TIAGO FIAMENGHI
E para uma aldeia ser mais humana e aprazível, é preciso que seus aldeões se sintam envolvidos com cada fachada, cada rua, cada praça.
VÂNIA SCHNEIDER
Também toda cidade é mais feliz quando esse cuidado vem desde o saneamento ambiental. Entre o conhecimento científico e o zelo de cidadã, esteve à frente da coleta seletiva em nossa aldeia desde seu início.
VERA MARI DAMIAN
O que seria de nossa aldeia sem o trabalho incansável dessa jornalista antenada com ideais de justiça social, de despertar espiritual e de amor à natureza? Mesmo que o egoísmo e a indiferença digam não, ela nunca desiste desse propósito. Para nosso bem.
VINICIUS LAIN
Para este guardião, não bastam a devoção à medicina e o envolvimento com outras instâncias do ofício de curar. No que a aldeia precisar, lá estará ele, a postos, guiando e alertando, como o fez em ricas orientações no caos da pandemia. Um guerreiro pela vida.
VOLNEI CANÔNICA
Um defensor apaixonado da leitura e da literatura como ferramentas de cidadania. Viajemos com ele em seu barco encantado.
2022

Crédito: Deplay Produtora
ANGELA MARTINS
Ela é presença! Ela é presente! Ela é resistência! Mulher preta potente, de fala doce. Aprendiz de percussão, artesã de arte e cultura popular, oficineira, devoradora de livros, modelo, poetisa de rua, madrinha de bloco carnavalesco. Assim como um xequerê, que pelas suas mãos, é tramado e tocado. assim como uma boneca abayomi que ela mesma já ensinou como era confeccionada pelas mulheres e mães negras e escravas com pedaços de suas saias – único pano para acalmar e trazer alegria para todos – ela é abrigo para seus amigos e os faz família. Ela é uma figura onipresente na nossa aldeia!
BEVERLI ROCHA
Ela é uma supermãe, também é tia, é filha, é Maria! Quando pensamos nela, é impossível não relacionar com aquela canção do Milton Nascimento, “Maria, Maria”, porque ela é força, é raça e possui um dom, uma certa magia! Traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida. Sim, ela tem fé na humanidade, nas pessoas, em Caxias. Jornalista por profissão, daquelas que faz uma entrevista render, ser leve e descontraída e que sempre encontra algo positivo, mesmo diante do caos ou das dificuldades. Dinâmica e apaixonada por literatura, podemos até dizer que ela é uma escritora da vida cotidiana. Ela comunica e é ação. Já foi mestre de cerimônias da nossa Aldeia e é figura presente em todas as edições!
CHIQUINHO DIVILAS
Da sua quebrada ele ganhou o mundo, percorrendo muitos lugares, sempre afirmando que “o estudo é a cura”. Ele é como uma música, ou seria poesia, do Racionais que ele mesmo conta que salvou a sua vida. “Nego Drama” que sobrevive em meio às honras e covardias, periferias, vielas, cortiços.
Você deve estar pensando: O que você tem a ver com isso?” Rapper, educador, pesquisador e escritor. Doutorando e mestre em diversidade cultural e inclusão social. Idealizador do projeto “Mosaico na Quebrada”. Integrante do projeto “RAPajador”, lançado no Aldeia Sesc 2018, projeto que aproxima a cultura hip-hop à cultura sul-riograndense, propondo um encontro das rimas do rap com os versos da pajada.
JOSÉ CLEMENTE POZENATO
Uma das nossas maiores riquezas, com certeza, são as experiências vividas e guardadas na memória e no coração, mas quando compartilhadas por meio de uma escrita generosa, essa riqueza torna-se ainda mais incalculável. Ele é filósofo, escritor, tradutor, professor e poeta. Possui uma vasta produção no gênero da crônica e diversos livros de poesia e ficção, onde explora crítica e realisticamente o cenário e as tradições da região de colonização italiana do rio grande do sul. Foi ele que colocou nossa cidade no mapa do Oscar com sua obra “O Quatrilho”, de 1985, adaptada para o cinema em 1995. Com sua genialidade em plantar a cultura italiana no contexto da literatura brasileira, ainda oportunizou que outras obras suas fossem adaptadas para a TV. Numa entrevista em 2017 disse: “Toda minha obra de ficção poderia ser resumida numa frase: a luta do indivíduo com as instituições. Que instituições? Todas… e a chamada moralidade pública é uma delas, talvez a mais tirana de todas.” Ele é resistência e uma das grandes contribuições para a cultura local, regional e nacional.
JORGE VALMINI
O artista recria o mundo, contempla e transforma a realidade. A arte cantada, escrita, encenada, contada – ou em forma de poesia – é um respiro necessário. A arte é o nosso refúgio, o alimento da nossa alma.
Ele é ator, contador de histórias, roteirista e diretor, músico, compositor e poeta. Há mais de três décadas atua ou produz na cena teatral caxiense e se diz amante à moda antiga da dramaturgia. Considera que a essência desta arte está no encontro – seja do elenco para preparar uma peça ou com o público na execução do espetáculo. Ele é inspiração, é resistência e re-existência.
NIVALDO PEREIRA
Ele é inspiração. Dá voz a alma e as nossas inquietações. nos leva ao paralelo mundo do invisível, do energético, eleva nossa crença em dias melhores, mas não sem antes passar pela tempestade da transformação, um sinônimo que o define, é estrela-guia.
Provocador, especialmente aos costumes mais conservadores, criou a Audrey Turner, personagem fictícia que apontava a caretice e a cafonice. Ôxe! Resistência pura. Jornalista, astrólogo, roteirista, escritor, professor, baiano de nascimento, gaúcho de coração. Também foi membro convidado da equipe da nossa Aldeia em duas edições, essa mesma Aldeia escorpiana que ele diria que tem seu estilo próprio, que detesta assuntos triviais e que traz na sua essência uma grande força emocional e muita coragem.
REJANE RECH
Proteger, resguardar, oferecer auxílio, ser mãe de outra espécie, e tanto faz se tem quatro patas, três ou duas, se é novinho, velhinho, peludo ou sem pelo. Ela veio ao mundo para nos ensinar sobre esse amor incondicional. A gente chega até desconfiar que ela seja uma emissária de São Chiquinho. Engenheira química e professora, realiza um grande e conhecido trabalho social e voluntário, numa doação sem fim. É engajada nos projetos, “Livro bom pra cachorro”; “Cabrita vende”; “Engenharia solidária”. A nossa Aldeia fala sobre resistir. Somos natureza, e temos uma conexão com o todo onde essa deveria ser a nossa impressão digital.
2023
Crédito: Off Photo
Carlinhos Santos
Desde pequeno, lá em Erechim, ele “olhava para a janela e olhava para o mundo pensando em outras coisas”. Menino de alma leve e fluída, que começou a trabalhar cedo. Passou pelo curso de História, mas foi o Jornalismo que ganhou esse coração fraterno e essa mente sagaz. Ele é curioso, poético, instigante. Colabora com o registro da nossa história e com a classe cultural há muito tempo. É um trabalhador a serviço da arte.
Por anos assinou uma coluna dedicada à cultura e recentemente assinou o seu próprio livro. É também crítico cultural e esteve presente em inúmeros festivais brasil a fora, muitos pelo Sesc. Nas páginas da vida do nosso homenageado, estão muitas histórias. Já nas páginas dos 10 anos da nossa aldeia, ele assina muitas.
Ele é marca carimbada. Foi de mediador a diretor artístico, nos ajudando inclusive na curadoria de muitos espetáculos. Com toda a certeza já deixou a sua impressão digital na nossa Aldeia Caxias do Sul.
Claudio Troian
Ele veio da capital para colorir Caxias! Ele é uma alegoria, no mais lindo sentido que essa palavra pode significar. Está aqui há 22 anos exercendo atividades nos mais diversos segmentos e já é cidadão caxiense, com chancela e tudo. Já recebeu tantas homenagens porque sua vida é dirigida por ele mesmo, sem medo de errar.
Na verdade, a vida desse nosso homenageado daria um filme, dirigido por Tarantino, o qual seríamos brindados com muita ação, suspense, música erudita, rock, e enigmas que invejariam Agatha Christie. A vida dele é arte por toda a parte!
Ele, é a veia pulsante da produção cultural de Caxias, ele agita, provoca e distribui conhecimento para os ouvidos que querem ouvir! Produtor cultural, ator, músico, jornalista, publicitário, ele é multi, e não veio a esse planeta à passeio, e sim para sacudir estereótipos, inquietar, transformar!
E nada é por acaso. Ele foi mestre de cerimônias da primeira aldeia, em 2013. Lá estava ele de fatiota verde.
Fábio Panone
Do Santa Catarina para o mundo! Ele é revolução! Tem viajado pelo mundo com sua arte, levando na mochila a nossa Caxias e deixando a sua digital em paredes, muros, pranchas. Onde tiver um canto e um convite ele vai. Arquiteto de profissão, artista de rua de coração!
Por onde passa deixa tudo mais colorido. Dono de um traço marcante. Sua arte tem a sua própria marca. Rompe fronteiras, agrega, unifica, transborda, convida à reflexão.
É um grito para que nossos olhares se direcionem para a arte de rua, para murais sem barreiras onde podemos contemplar a arte, suas manifestações poéticas, suas lutas e sua forma de dialogar com o mundo.
Já assinou a ilustração da aldeia de 2021, pós pandemia, criando a marca do guardião. Hoje ele se torna um deles. Vem pra cá!
Kiko Duarte
Ele é um tanto tímido, mas quando está operando, ele domina a cena! Começou muito cedo. Aos 14 anos já peleava. E há 37 anos está a serviço da cultura. Respeitado pela classe artística, podemos afirmar que ele é uma referência como técnico de som na região e no estado.
Já assinou a sonorização de centenas de espetáculos de teatro, circo, música e dança e é comum o pedido para ele ser o profissional contratado, e pela procura, sua agenda é de um verdadeiro popstar.
Sempre solícito, direto e prestativo. Dono de um ouvido potente. Passa muita tranquilidade porque sabe o está fazendo! Na nossa aldeia ele é figura bem quista, porque a gente sabe que a digital dele faz toda a diferença.
Representando toda a cadeia produtiva que atua e guarda os bastidores, enaltecendo e valorizando ainda mais o trabalho dos nossos artistas, chamamos o nosso guardião.
Mestre Churrasco
Ele é mestre! É referência! Ele é história viva! Ele é do mundo! Nasceu em Porto Alegre, mas já morou em muitos lugares brasil a fora.
Feliz da nossa aldeia ter ele morando por aqui há alguns anos. Reconhecido como um dos mais antigos mestres de capoeira angola em atividade do sul do sul do país.
É respeitado pelas instituições sociais e acadêmicas. Possui um documentário que conta a sua história e apresenta seus experimentos estéticos e sonoros com berimbaus diferenciados que ele mesmo cria a partir de seu conhecimento sobre a flora nativa gaúcha.
É também artesão, fabricando instrumentos musicais artesanais. Há muitos anos atua no projeto social mãos solidárias no bairro diamantino, ensinando crianças e jovens e levando adiante a cultura popular brasileira através da capoeira.
Sigrid Nora
A marca das artes cênicas em Caxias do Sul certamente tem essa digital! Essa bailarina e maravilhosa diretora é dona de um extenso currículo que passa do doutorado em comunicação ao pós-doutorado em história, que caminha pela criação da companhia municipal de dança, da escola preparatória de dança e diversos prêmios.
Sua determinação rompeu fronteiras e levou seu nome de caxias para o mundo, com muita competência. Ela é um olhar sobre o corpo em movimento. É a força e a leveza de uma alma que dança.
Na dança da vida, a nossa homenageada continua nos encantando com sua generosidade de ensinar, transmitindo conhecimento para quem tem o desejo de liberdade, de colocar para fora o que está aqui dentro.
Com o Sesc uma linda caminhada, especialmente com o Sesc São Paulo, onde inclusive ela possui livros publicados e foi curadora em bienais. Ela é do mundo! Mas também é nossa e pertence a nossa tribo, o que nos dá muito orgulho.
Teca
Ela se acha muitas vezes invisível. Mas como assim? Alguém que espalha esperança, fé e amor não pode ser uma pessoa invisível. E ela não é!
Faz de cada pedacinho de papel, de cada embalagem descartável um universo de fraternidade, sempre acreditando no amanhã. Tudo feito com muito carinho, de forma autoral e a próprio punho.
É normal encontrarmos com ela e sua bolsa mágica por aí. Mais normal ainda é encontrarmos suas mensagens presas em árvores, postes, muros. Qualquer cantinho serve para quem anuncia a paz.
Que lindo o mundo seria com mais pessoas como ela. Ela é uma constelação do bem inteira! Com certeza ela é uma mensageira que nem sabe a proporção do seu generoso trabalho…, mas hoje, a mensagem é nossa: Você é guardiã da nossa aldeia!