14 de junho: Um dia para agradecer aos doadores de sangue
Mundialmente, a data é marcada por movimentos de sensibilização para que mais pessoas se engajem na causaO Dia Mundial do Doador de Sangue está chegando (14 de junho) e sempre é necessário reforçar a importância deste gesto. “Não há porque não doar. É uma picadinha para encher a vida de alguém de esperança”. A autora desta frase é Deise Mara Soares Bonini, de Santa Maria, que há mais de 10 anos ajuda a salvar vidas.
A servidora pública federal do INSS, de 41 anos, começou a doar sangue ao ver a irmã caçula, de 16 anos, sendo sensível às necessidades dos demais: “Ela sempre foi muito magrinha, mas mesmo assim decidiu que seria uma doadora de sangue. Eu a vi fazendo um sacrifício danado para ganhar peso para poder doar. Na primeira vez, ela passou mal e ficou uns dias se sentindo meio fraca, mas três meses depois, lá estava ela de novo! Eu fiquei chocada com isso e muito orgulhosa! Sabe quando a gente fica com vergonha de si mesma? Este foi meu sentimento. Então decidi ser doadora de sangue e de medula. Não vou mudar o mundo sozinha, mas sei que mexo no mundo de alguém com minha atitude”, explica Deise.
Desde 2011, Deise é doadora assídua e contribui três vezes ao ano, respeitando o intervalo necessário de 90 dias. “Antes de começar, eu buscava realizar algumas ações voluntárias mais isoladas em prol do bem comum. Sempre pensei que simplesmente não fazer o mal aos outros não me torna uma pessoa boa. É preciso fazer o bem e este ‘bem’ não pode ser como uma ‘esmola’. Precisa ser algo que você faria por um irmão mesmo”, sugere ela.
Deise lista alguns argumentos para que as pessoas também se engajem na causa:
– Temos, em média, 5 litros de sangue circulando no corpo, doamos, no máximo, 470 ml. Em 24 horas este volume de sangue já começa a ser reposto;
– Todo o procedimento da doação demora, em média, 60 a 90 minutos;
– O empregador é obrigado a abonar a falta para doação, basta levar um atestado que o Hemocentro fornece na hora da doação;
– Uma doação pode beneficiar de 3 a 4 pessoas;
– A doação de sangue é um procedimento totalmente seguro, não adquirimos nenhuma doença durante a doação;
– O sentimento de bem-estar, de orgulho de si mesmo, de dever cumprido eleva a imunidade do doador. “Não tenho a menor ideia se este último argumento é verdade, mas adoro pensar que sim!”, complementa feliz a doadora.
Como dar o primeiro passo?
As campanhas de incentivo são constantes e apesar da hesitação das pessoas em participar deste “movimento do bem” é necessário seguir incentivando a todos, conforme explica a assistente social do Sesc Santa Maria, Elisângela Rodrigues: Nos Cursos de Preparação para o Voluntariado do Sesc/RS abordamos fortemente a questão do voluntariado protagonista. Incentivamos as pessoas a serem agentes de transformação para colaborarmos na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse sentido, entra a cultura de doação de sangue como uma das formas de se materializar esse movimento, no qual doamos o que há de mais essencial em nós, o nosso sangue. E se não puder ser o ‘nosso sangue’ que sejamos compartilhadores/apoiadores dessa iniciativa que espalha a esperança e, assim vamos contagiando e encorajando outras pessoas a se alistarem nessas fileiras do bem”.
Deise integra a rede de voluntários do Sesc/RS desde que os encontros ainda eram totalmente presenciais. Ela foi uma das alunas do Curso de Preparação para o Voluntariado na Unidade de Santa Maria e admite: “Ainda não exercemos a empatia em sua plenitude. Ela continua no campo da teoria e nas postagens politicamente corretas. Não acredito que a doação de sangue como prática permanente dependa só de campanhas e políticas públicas. Depende da consciência individual de que somos um coletivo e de que o outro sempre vale a pena. Acredito que um dos maiores motivos para as pessoas não doarem sangue é o medo de agulha, medo de sentir dor. Eu mesma detesto agulhas e exames, mas a picadinha no dedo para avaliar o hematócrito (garantindo que não estamos anêmicos e estamos aptos à doação) é menos que um beliscão. A picada do acesso (agulha/cateter) dói menos que um exame de sangue. Meu segredo é não olhar para a agulha em nenhum momento do procedimento”, sugere a doadora que mesmo passando por problemas de saúde neste período seguiu disposta a contribuir.
Compartilhando ainda outros pontos importantes, Deise diz que é essencial um preparo para não passar mal no durante e no pós doação: “tomar muita água um dia antes e no dia da doação, além de se alimentar bem nestes dois dias, comendo proteínas, especialmente. Seguindo estas dicas e outras que o hemocentro nos orienta permanentemente, a doação se torna tranquila”, finaliza ela.
“O sacrifício de um doador, que doa seu TEMPO, sua DISPOSIÇÃO, sua CORAGEM, sua ESPERANÇA, seu SANGUE pode sim mudar o mundo de, ao menos, uma pessoa. Esta verdade me basta e me faz não desistir da doação.
Para doar é fundamental:
– Estar em boas condições de saúde;
– Apresentar documento oficial de identidade com foto;
– Ter idade entre 16 e 69 anos, sendo que os candidatos a doadores com menos de 18 anos deverão estar acompanhados pelos pais ou por responsável legal;
– Pesar no mínimo 50 Kg com desconto de vestimentas;
– O limite de idade para a primeira doação é de 60 anos;
– Não estar em jejum e evitar alimentação gordurosa;
– Ter dormido pelo menos 6 horas antes da doação;
– Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação;
– Não fumar pelo menos duas horas antes da doação.
Você sabia?
#1 – Um doador pode salvar várias vidas
450 ml de sangue doado por bolsa é a quantidade suficiente para salvar até quatro vidas.
#2 – Não há risco de contrair doenças na doação de sangue
Todo o material utilizado durante a doação é esterilizado e descartável.
#3 – Seu organismo repõe rapidamente o sangue doado
O volume de sangue doado começa a ser reposto no organismo 24h após a doação.
#4 – A doação não altera a densidade do seu sangue
Verdade! O corpo entende a doação apenas como um estímulo à formação de novas células sanguíneas, sem engrossar nem afinar o sangue.
#5 – A doação de sangue não faz ninguém engordar ou emagrecer
Isso é mito! A doação de sangue não tem influência nenhuma no peso do doador.
#6 – Ajudar outras pessoas faz bem para você também
Tanto quem recebe quanto quem doa sangue é beneficiado. A solidariedade é uma troca!
#7 – Quer ser um doador?
Procure o hemocentro da sua cidade e torne-se voluntário.